Inicialmente descoberta em 1452, a ilha do Corvo é a mais pequena dos Açores, possuindo uma área de apenas 17km2 e um total de 386 habitantes. É também considerada um dos territórios mais isolados da Europa, sendo que fica, sensivelmente, à mesma distância do Canadá e de Portugal Continental.
É aqui, nesta gema escondida, que nidificam algumas das espécies mais típicas dos Açores, bem como algumas espécies extremamente raras no contexto europeu, devido à sua proximidade do continente americano, dando-lhe uma excelente oportunidade de observar uma grande variedade de aves.
A primeira paragem que deverá fazer será no Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo, onde poderá explorar exposições extremamente detalhadas, apelativas e interativas, dando-lhe a conhecer inúmeros detalhes sobre cada uma das espécies de possível observação no Parque Natural e Reserva de Biosfera da Ilha do Corvo.
O espaço possui, também, uma secção com acesso a realidade virtual, onde pode experienciar uma viagem pela ilha e conhecer melhor o impacto do Homem no ambiente.
O Centro encontra-se integrado em património histórico, sendo que se encontra na última atafona do Corvo, que se encontra fora de serviço desde os anos 60.
O Parque Natural do Corvo, que, por sua vez, abrange toda a ilha , possui excelentes locais em que poderá observar as seguintes aves:
Marreco-d’asa-azul
Também conhecido como pato-de-asa-azul, esta espécie da família Anatinae (patos, gansos e marrecos) distingue-se das restantes pelo seu bico preto, manchas brancas na face e pelas manchas azuis características que exibem nas asas, em voo.
É possível observar esta espécie entre os meses de outubro e março.
Zarro-de-colar
Espécie rara de pato, em Portugal, conhecida pela sua pequena estatura e os tons negros da sua plumagem. É apenas possível observar esta ave entre o final de outubro e final de março.
Cagarro
O Cagarro (calonectris borealis) é uma das aves mais emblemáticas dos Açores. É uma ave migratória que nidifica no arquipélago, chegando ao conjunto insular em finais de fevereiro, onde passa a estação do Inverno.
É fácil avistar o Cagarro, devido à cor cinzenta e branca da sua plumagem, que contrastam com o amarelo do seu bico comprido. O seu voo também o distingue, por realizar longos deslizes sobre a superfície da água.
Apesar de ser um excelente voador marítimo, o Cagarro é descrito como bastante “desajeitado” em terra.
Estapagado
Apresenta cor negra na sua plumagem na parte superior do corpo e branca debaixo das asas e partes inferiores do corpo.
É possível observar esta espécie entre os meses de fevereiro e agosto.
Frulho
O Frulho é uma ave marinha endémica da Macaronésia. O topo do seu corpo é bastante escuro, de cor negra, e a parte inferior é branca e acinzentada.
É possível avistar entre setembro e maio.
Borrelho-de-coleira-interrompida
Como o nome indica, esta espécie de Borrelho apresenta uma plumagem que forma uma coleira incompleta à volta do seu pescoço, o que o distingue dos seus congéneres. Para além disso, possui o topo do corpo num tom acastanhado e a parte inferior branca.
É possível observar entre os meses de setembro e março.
Batuíra-de-bando
Esta pequena ave destaca-se pela sua figura compacta, cores acastanhadas nas partes superiores do seu corpo e brancas nas partes inferiores. Possui um bico escuro, com uma base alaranjada e um “colar” escuro.
É possível encontrar entre setembro e março.
Narceja-de-wilson
Apesar de ser rara em Portugal Continental, a Narceja-de-wilson é frequentemente avistada durante o inverno nos Açores, o que sugere uma possível nidificação.
A plumagem desta ave caracteriza-se por tons castanhos, asas estriadas e um bico extremamente compridos.
É possível avistar entre os meses de setembro e março.
Galinhola
A Galinhola apresenta características muito semelhantes à Narceja-de-wilson. No entanto, para além da sua diferença de tamanho (três vezes menor que a Narceja), diferencia-se desta pelo seu tom de plumagem mais claro e arruivado.
É possível avistar durante todo o ano.
Pilrito-de-sobre-branco
Apesar de ser rara a sua ocorrência na Europa, têm sido registados avistamentos desta espécie nos Açores.
O seu aspeto varia consoante a época de acasalamento, sendo que, durante esta altura, apresenta uns tons alaranjados, ao invés dos padrões riscados em tons de castanho na parte superior do corpo.
É possível observar durante os meses de setembro e novembro.
Pilrito-de-colete
Este pilrito de grandes dimensões, sendo que os machos chegam a pesar entre 45 e 126 gramas. Esta espécie apresenta dimorfismo sexual, ou seja, apresenta diferenças físicas entre indivíduos do sexo feminino e masculino (maioritariamente referentes ao tamanho).
O Pilrito-de-colete caracteriza-se pelas riscas que cobrem o seu corpo, um ventre branco, patas longas e amareladas e um bico longo.
É possível avistar durante os meses de setembro e outubro.
Perna-amarela-pequeno
Também conhecido como Maçarico-de-perna-amarela, esta espécie apresenta um bico longo e pescoço comprido. A sua plumagem é composta por tons de cinzento e branco, escurecendo em direção à cauda. Apresenta, ainda, pernas longas e amareladas.
É possível avistar nos meses de setembro e outubro.
Garajau-rosado
O Garajau-rosado é uma espécie abundante nos Açores, sendo que se estima que cerca de 47% da sua população europeia nidifica no arquipélago. Cerca de 35% da sua população açoriana nidifica na ilha das Flores.
Esta é uma das espécies mais difíceis de avistar, muito devido à sua enorme semelhança ao Garajau-comum. Ambos têm uma aparência muito característica, possuindo plumagem branca pelo corpo todo e negra no topo da cabeça. Dependendo da altura, apresentam bicos alaranjados. As suas patas têm um tom alaranjado, semelhante ao bico.
No entanto o Garajau-rosado possui algumas características que deve ter em atenção para o avistar. Procure os seguintes pormenores:
Cauda mais bifurcada e longa do que o Garajau-comum, tanto que, quando pousados;
Ventre com um tom branco mais claro;
Em abril, o seu bico é completamente preto, o que facilita muito a distinção;
Canto muito rouco e grave. Muito distinto do Garajau-comum;
É possível avistar esta espécie entre abril e setembro.
Canário-da-terra
Característico pela sua cor amarela (nos machos), esta espécie possui uma aparência muito distinta. Possui, ainda, pernas rosadas, bico tipicamente escuros e iris negra.
As fêmeas apresentam padrões estriados na plumagem em tons escuros e algumas zonas amareladas.
Podem ser avistadas durante todo o ano.
Escrevedeira-das-neves
Esta espécie provem das regiões árticas e possui semelhanças a algumas escrevedeiras no que toca a tons de cores e forma.
A sua plumagem possui diferenças entre as estações de outono/inverno e primavera/verão, apresentando plumagem acastanhada ou preta e branca, respetivamente.
É possível avistar entre os meses de outubro e abril.