A época do Entrudo nos Açores é feita de tradições. As várias ilhas festejam o Carnaval com desfiles, marchas, bailes, caretos, batalhas de água e com alguma gastronomia típica à mistura. Destes festejos, destacam-se, na ilha Terceira, os tradicionais bailinhos de Carnaval, na ilha de São Miguel, os bailes no Coliseu Micaelense e a Batalha das Limas e, na ilha Graciosa, o baile mandado e o baile de chocolate.
“É Carnaval, ninguém leva a mal”
Os Bailinhos de Carnaval na ilha Terceira
O Carnaval na ilha Terceira é uma manifestação cultural muito apreciada, sobretudo, pela sua diferença em relação aos tradicionais festejos de Carnaval dos outros países e locais.
As marchas, as danças e os bailinhos são executados por centenas de pessoas da ilha. As danças de espada, as danças de pandeiro, os bailinhos e comédias e as expressões de teatro popular, maioritariamente acompanhadas por músicas e textos de comédia, tem como principal objetivo e alvo a sátira às personagens públicas, políticas e às instituições que funcionam de uma forma que nada agrada a população.
As atuações tomam lugar nas mais de 30 salas de espetáculo da ilha.
Carnaval no Teatro Angrense
Bailes de Gala no Coliseu e a Batalha das Limas da ilha de São Miguel
Os Bailes de Gala surgem, documentados, desde o séc. XIX, feitos inicialmente em casas particulares e outros espaços de cultura e recreação pela classe alta. Este ano, estes acontecem nos dias 17 e 20 de fevereiro, no Coliseu Micaelense.
Surgiram como alternativa aos festejos mais brutos feitos nas ruas, como é o caso da Batalha das Limas em Ponta Delgada.
A Batalha das Limas acontece no centro da cidade de Ponta Delgada e várias equipas seguem em camiões e fazem uma batalha entre si com limas (pequenos recipientes de cera com água no seu interior) e sacos de plástico com água.
Já as crianças fazem as suas batalhas com pistolas e balões.
É um dos mais típicos nos Açores e é festejado com muitas danças e alegria, com muita influência do Carnaval Brasileiro.
Em vários locais da ilha, as músicas de quadra aliam-se ao “baile mandado” que é dançado num ritmo mais lento e em rodas. Ainda existe a tradição do “baile de chocolate”, na qual os cavalheiros convidam as senhoras para uma dança e depois têm de oferecer às mesmas um chocolate. Estes têm lugar em salões de clubes desportivos, casas do povo e sedes de bombeiros e têm entrada gratuita.
O Carnaval é sinónimo de excessos e como nesta altura “ninguém leva a mal” a doçaria frita dá o verdadeiro sentido à época em questão.
As malassadas, os coscorões, as fatias douradas e as rosas do Egpito são os doces prediletos desta altura.