A ilha do Corvo, uma das nove ilhas do Arquipélago dos Açores, é a ilha mais pequena do conjunto açoriano. Contudo, as suas belas particularidades fazem com que o seu tamanho seja apenas um mísero número.
Em conjunto com a ilha das Flores, estas dão forma ao grupo Ocidental dos Açores. É neste pequeno paraíso que surge uma rara peça de artesanato, as fechaduras Corvinas.
Devido ao tamanho da ilha, e ao facto de toda a população se conhecer, a confiança dos vizinhos é grande e, por isso, são raras as casas que se encontram trancadas à chave. As fechaduras de madeira do Corvo são um dos elementos que remontam a um tempo medieval em que as matérias primas eram escassas, mas em que o engenho e a necessidade proteger as moradias e os bens dos ataques dos piratas e dos corsários era elevada.
A madeira, material usado para a construção da fechadura, é mais fraca do que as típicas fechaduras de ferro e alumínio, o que bem evidencia a coesão social do povo Corvino. Ainda é possível observar, hoje em dia, algumas destas típicas fechaduras em moradias, sobretudo em arrumos de cariz agrícola.
As fechaduras têm um sistema simples de madeira, com uma pequena tranca e uma chave, também ela de madeira.
As fechaduras da ilha do Corvo, mais do que um elemento de artesanato, são um ícone da identidade sociocultural da ilha. Foi nesse sentido que as fechaduras foram certificadas pelo CRAA (Centro Regional de Apoio ao Artesanato), devido à sua manufatura tradicional. Além do mais, essa certificação permite uma divulgação e uma comercialização mais eficaz, projetando cada vez mais a marca Açores e todos os seus produtos.