A Alcatra da ilha Terceira é um dos pratos mais conceituados do arquipélago dos Açores. A sua origem está relacionada com a vinda dos primeiros povoadores à ilha, sobretudo dos que provieram da região de Trás-os-Montes.
Em tempos já passados, a alcatra era considerada a melhor parte do animal, e por isso só era possível encontrar este tipo de prato entre os senhorios. Os lavradores apenas ficavam com as outras partes do animal, as partes consideradas menos boas. Entretanto, o prato feito pelos lavradores com as partes do animal que possuíam ossos tornou-se muito conhecido e muito mais saboroso, tanto que se tornou na receita principal da famosa Alcatra à moda da ilha Terceira.
O prato é cozinhado lentamente num tacho de barro (alguidar). Este elemento é essencial no apuramento e no processo de obter a espessura do molho da carne. O molho é composto por toucinho, cebola, alho, louro, pimento, vinho e outros ingredientes. A carne é cortada em pedaços de tamanho médio, bem como o alho. O toucinho é cortado em fatias finas e as cebolas em forma de meia lua.
A carne é colocada no alguidar ao mesmo tempo que a cebola, o alho, louro e toucinho – tudo isto de forma alternada. O alguidar é depois tapado e levado ao forno, sendo cozido lentamente e em fogo moderado. Quando a carne está tostada no seu topo, é retirado o alguidar do forno de modo a virar a carne ao avesso. Excelente acompanhamento à Alcatra é o pão, a massa sovada e um bom vinho regional.
No marisco, destacam-se cavacos, cracas e lapas sempre frescas, podendo também saborear muitas outras espécies de peixes.
Acompanhe os seus pratos com os vinhos dos Biscoitos. Esta zona, facilmente reconhecida pelos seus muros de pedra organizados em forma de quadrados, é reconhecida a Denominação de Origem, produzindo vinhos, espumantes, licorosos e vinagre de vinho branco. Apelidada desta forma, devido à semelhança das pedras de basalto dos seus muros com os biscoitos que os marinheiros levavam nas suas viagens.
Para a sua sobremesa, considere provar os afamados bolos Dona Amélia. Denominados assim devido à passagem da Rainha D. Amélia e D. Carlos I à ilha Terceira, em 1901. Os habitantes da ilha ofereceram um doce conventual da ilha Terceira (adaptado do Bolo da Índia), como forma de agradecimento pela sua visita, decidindo depois atribuir o nome da rainha ao doce, em homenagem à monarca.
Estes pequenos bolos de milho escuro, cobertos com açúcar confeiteiro, possuem um aroma intenso de canela e mel de cana. Estas especiarias utilizadas na sua confeção fazem alusão ao papel importante que representou a Ilha Terceira no comércio de especiarias ao longo da História do Reino de Portugal.
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